O Município

JOSÉ ALVES MIRA

FUNDADOR DA CIDADE DE DOIS CÓRREGOS - SP

José Alves Mira nasceu em 1808, natural de Campanha, em Minas Gerais, de onde saiu com seu seu pequeno comboio de Ouro Fino em direção ao centro-oeste de São Paulo em busca de novas terras.

Junto com ele, veio seu irmão Luiz Mira e seu filho mais velho, João Alves de Mira e Mello. Traziam mantimentos, principalmente, sal e toucinho, além das ferramentas e as armas para proteção pessoal. Um aspecto curioso desses comboios é que havia burros com dois enormes jacás presos em seus lombos, aonde vinham às crianças e os idosos.

José Alves Mira chegou ao distrito de Brotas por volta de 1846. Nessa época os comboios já contavam com trilhas batidas para caminhar. Os mapas indicavam o planalto ocidental paulista em grande parte, como "zona desconhecida", quando sequer Bauru existia. Desse modo, José Alves Mira sabia que aqui teria terras disponíveis e certamente chegou informado sobre as condições da região. Passando pelo povoado de Brotas, seguiu até atingir as terras da Queixada, um dos bairros do futuro município de Dois Córregos, instalando-se nas imediações.

As condições de vida da região e a fundação da capela de "Dois Córregos"

Sendo os primeiros habitantes de nossa região provenientes do Sul de minas, podemos afirmar que os costumes mineiros prevaleciam. Desse modo, a criação de gado, gênero suíno e a fabricação de queijo eram atividades indispensáveis, sem contar a plantação de arroz, feijão, café, fumo, milho e algodão.

As mulheres, desde meninas, tinham de aprender a manejar o tear, não apenas na preparação do enxoval, mas para vestir os membros da família. Colhia-se o algodão para que a roupa fosse feita, a coloração era dada a partir da tinta anil vinda dos distantes centros de comércio, das sementes vermelhas do urucum à disposição, além do branco natural, quase sempre alvejado com a utilização do anil em contato com a água. Mas se a circunstância exigisse a cor preta do luto, o próprio carvão vegetal solucionaria o problema.

A chegada de novos comboios (mineiros em busca das terras periféricas) e o conseqüente aumento da população tornou necessário a construção de uma capela, principalmente porque a capela de Brotas ficava muito distante, tendo nada menos que o rio Jacaré - Pepira e a serra de Brotas como obstáculo. Conforme depoimentos, José Alves Mira soltou um carro de boi carregado de madeiras, na descida da estrada do Prata, acima da margem direita do rio do Quinca, com a condição de construir a capela no local onde o carro de boi parasse. O carro de boi parou atrás do local onde hoje se ergue a Igreja Matriz do Divino Espírito Santo. E em 4 de Fevereiro de 1856 foi inaugurada a capela, feita de barro e coberta de sapé. Foram, depois, esquadrados os quarteirões para o início da povoação urbana.

Em 1856 José Alves Mira e Mariano Lopes, proprietários da Fazenda Rio do Peixe, resolveram doar vinte alqueires de terra da mencionada fazenda sob a invocação de Divino Espírito Santo, onde se constituiria no local a cidade de Dois Córregos.

Fonte: doiscorregos.sp.gov.br